sexta-feira, 30 de julho de 2010

Saudade...

Por muitos a saudade é vista como um sentimento ruim, que nos traz muita dor e principalmente muitas lágrimas, algo difícil e muitas vezes insuportável de ser sentido. Penso que seja essa a visão das pessoas que sofrem com grandes perdas como a partida de um ente querido desta vida, pois para estes a saudade é quem vai preencher o vazio deixado por alguém que não mais pode fazer com que sua presença física seja sentida.

Apesar de toda a carga negativa trazida por essa forte palavra, sempre prefiro olhar seu lado positivo, afinal, como tudo na vida, ela também tem dois lados. Pensem comigo: Sentimos saudade de fatos ruins que vivemos?! Bem, eu acho que não! Só sentimos saudades de momentos inesquecivelmente felizes, por mais simples que esses tenham sido. Pois é, então ela nos dá certeza de que em algum momento de nossas vidas fomos e nos fizeram felizes, ponto para ela por trazer a nossa memória coisas boas!

Se pararmos para analisar bem essa tal de saudade, perceberemos que esta pode ajudar bastante mostrando não só a nós, mas aos outros o quanto alguém nos é bem quisto. Ou você sente saudade de alguém que odeia por ter lhe feito um grande mal?! Eu mesma sinto-me linsonjeada quando alguém diz sentir saudades de mim, pois significa que minha passagem por sua vida não foi algo em vão e sim algo que marcou e se deseja ser revivido.

Esse sentimento também nos impulsiona a apressar o passo, acelerar o carro, fazer uma ligação, mandar um recado, a procurar alguém. Ele nos faz querer fazer o tempo correr para que tão logo chegue o momento em que se possa sentir a presença de quem se sente falta.

Dentre as tantas interpretações e significados que possa nos oferecer esse verbete, para mim, a saudade é a forma mais feliz e amena encontrada por nossos corações para tornar suportável as grandes dores como a ausência, a perda e a falta.


sexta-feira, 23 de julho de 2010

Uma arte em função da Moda?

Sou uma verdadeira apaixonada por música e para mim não há o melhor estilo musical e muito menos a melhor banda, cantor ou autor.

Falando em autor, admiro a sensibilidade que eles têm de expressar em versos as mais variadas sensações, vivências e imaginações. Encanto-me com a maneira que alguns falam de sentimentos como o amor e amizade de uma forma que leva os ouvintes de suas músicas a terem suas próprias interpretações, o que torna as letras únicas para cada um.

Quando comecei esse texto minha intenção era falar que as músicas de antigamente eram mais românticas que as atuais, só que ao escrever percebi que não é bem isso o que acontece. O que de fato se passa é que em tempos como o de minha avó ou mesmo de minha mãe as músicas românticas eram mais valorizadas, pois o sentimento prevalecia. Então para os autores era muito mais fácil de falar de algo que estava constantemente presente.

Em minha geração sinto que letras românticas estão sendo substituídas por letras chulas, compostas apenas por um refrão e fáceis e de impregnar em nossas mentes. Isso pode até ser produto da mídia, do mundo capitalista, da falta de amor, mas dentre vários fatores isso se deve a nós que vivemos relacionamentos baseados em coisas materiais... onde antes anéis que representavam noivados e casamentos hoje representam rolos e namoros. Hoje se uma pessoa manda flores ou gosta de músicas que falem de sentimentos é logo taxada de emotiva e passa a ser um pouco excluída devido à vergonha que é sentida pelos outros em termos de sentir e expressar.

Atualmente existem sim músicas tão românticas quanto às de antes de nós nascermos e caso não concordem com isso que revejam seu cotidiano e principalmente apuremos nossos ouvidos, assim teremos também um pouco mais romance musical.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Cultura Surda

O termo cultura possui vários significados. Sociologicamente, “é tudo aquilo que simboliza o que é aprendido e partilhado pelos indivíduos de um determinado grupo e que confere uma identidade dentro do seu grupo que pertença”. Antropologicamente, é "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Filosoficamente diz que “cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural”. Apesar de todos esses conceitos, um fato é inegável é que ela é dinâmica e inerente a qualquer ser humano.

Dessa maneira pode-se dizer que as pessoas surdas possuem sim uma cultura, que naturalmente se distingue as demais. Cultura surda “é o jeito de o sujeito surdo entender o mundo e de modificá-lo a fim de torná-lo acessível e habitável ajustando-os com as suas percepções visuais, que contribuem para a definição das identidades surdas e das ‘almas’ das comunidades surdas. Isto significa que abrange a língua, as idéias, as crenças, os costumes e os hábitos de povo surdo”.

Há um conflito trazido pelas designações deficiente auditivo, surdo-mudo e surdos. Muitos não conhecem o real significado dessas palavras e saber o cada uma quer dizer é de fundamental importância para evitar possíveis constrangimentos, pois muitos surdos sentem-se irritados com o uso de denominações tortuosas.

O termo deficiente auditivo além de ter características preconceituosas já que a própria palavra “deficiência” confere ao termo um tom pejorativo, ele também se refere à situação como algo patológico ou anormal. Já a expressão surdo-mudo é a mais antiga e inadequada denominação atribuída ao surdo, e infelizmente ainda utilizada em certas áreas e divulgada nos meios de comunicação. O fato de uma pessoa ser surda não significa que ela seja muda, a mudez significa que a pessoa não emite sons vocais e as pessoas surdas possuem o aparelho fonador e se treinadas algumas podem chegar a falar com voz, além disso, essa mesma expressão supõe que o surdo não tem língua o que não é correto. O termo correto então passa a ser SURDO, pois é o único representa adequadamente a real situação dessas pessoas.

A língua de sinais é “a língua natural dos surdos e possue três papéis fundamentais na comunidade surda: é um símbolo de identidade social, um meio de interação social, e um repositório de conhecimento cultural. Ela marca a identidade cultural e “confere ao surdo uma libertação dos moldes e visões até então exclusivamente patológicos, para uma concepção da diferença linguística e cultural”.

Tornou-se parte da cultura surda usar uma fita azul, ela engloba uma história, uma cultura, uma língua, um povo e representa a opressão enfrentada pelas pessoas surdas ao longo da história e hoje em dia ela representa as suas silenciosas vozes em um mar de línguas faladas. Foi introduzida em julho de 1999 no Congresso Mundial da Federação Mundial de Surdos. A cor azul foi escolhida para representar "O Orgulho Surdo", para homenagear todos os que morreram depois de serem classificados como "surdo" durante a Alemanha nazista.

A cultura surda encontra-se ligada à cultura ouvinte em muitos pontos, isso porque por ser dominante a cultura ouvinte acaba por gerar uma grande influência. Surdos convivem diariamente com ouvintes e acabam mesclando constituintes à sua maneira de agir, fato que torna os surdos indivíduos multiculturais. Por esse motivo é possível aceitar o conceito de Cultura Surda por meio de uma leitura multicultural, em sua própria historicidade, em seus próprios processos e produções. Porém é preciso ter cuidado para que não se tenha um encobrimento total dos seus próprios costumes.



Trabalho realizado por Camila Carolinne Silva De Almeida, Juliana Elias de Albuquerque, Mafra Raiele Torres Oliveira e Thaís Ferreira Lopes Diniz Maia como avaliativa da disciplina Introdução à Libras, do curso de fisioterapia da Universidade Federal de Pernambuco.